A melhor forma de descrever Barcelona é recorrendo ao idioma espanhol. A capital da Catalunha é sobretudo uma cidade “movida”, ou seja, uma zona urbana com muita agitação, festa, movimento. Entre o mar e a montanha, Barcelona é um deleite para os olhos e um paraíso para os amantes dos prazeres da vida.
É a união entre paisagens incríveis, vida noturna intensa, arquitetura urbana singular e excelentes lugares para comer. Não à toa, é uma das cidades mais visitadas do mundo.
São mais de 32 milhões de turistas por ano, número que tem inclusive incomodado os 1,6 milhão de moradores e cujo resultado foi a aprovação de uma lei para restringir as visitações. Os efeitos práticos dessa guerra particular só deverão ser sentidos a partir de 2019, mesmo assim não custa nada apressar o passo se quiser desfrutar de Barcelona sem correr o risco de aguardar em fila de espera.
Barcelona vai prender a sua atenção em minutos. Quer seja pela fachada dos imóveis, pela disposição simétrica das ruas, pelas fontes luminosas coloridas, pelas luzes que parecem brotar do céu. Quer seja pela personalidade e ao mesmo tempo simplicidade dos moradores.
Conhecer a capital da Catalunha, berço de um dos times de futebol mais ricos e famosos do mundo, destino desejo na Eurotrip de muita gente, requer muito planejamento. Neste post a gente explica o porquê e como evitar surpresas desagradáveis na viagem. E também dá as dicas de um roteiro de 48h pela cidade.
O que você precisa saber
Compre ingressos com antecedência
A consequência da superpopulação turística em Barcelona é a limitação de visitações por dia nos pontos turísticos mais famosos. É preciso agendar data e horário para conhecer, por exemplo, o Park Güell e a Sagrada Família. E não adianta tentar comprar na hora, as chances de conseguir ingresso para o mesmo dia são ínfimas.
Então, o recomendado é se organizar para comprar os ingressos pela internet. Aqui no Destino Seguinte você pode fazer isso, clicando no banner do Barcelona Turisme, o órgão oficial de turismo da cidade.
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Fique atento aos horários e consiga entradas gratuitas
Conhecer todos os pontos turísticos de Barcelona significa desembolsar dinheiro. Cada entrada custa, em média, mais de 20 euros. Até o Park Guell, que outrora já foi gratuito, hoje custa 7 euros para entrar. Por isso, qualquer ponto fora dessa curva significa lucro. Em alguns lugares, como o Castell de Montjuic, você consegue entrar de graça a partir de um determinado horário, aos domingos.
Confira no site das atrações às quais deseja ir e monte seu roteiro levando em consideração esse importante detalhe.
Os pontos turísticos são distantes uns dos outros
Barcelona é uma cidade grande e de regiões íngremes. Os pontos turísticos são distantes entre si, alguns em regiões completamente remotas da cidade, caso do Camp Nou. É preciso levar em consideração suas condições de mobilidade e também o tempo de viagem na hora de organizar o roteiro.
Nós fizemos quase tudo a pé, exceto a subida para o Castell de Montjuic, mas confessamos que foi bem cansativo. Para quem tem limitações de locomoção ou prefere perder menos tempo nos deslocamentos, recomendamos usar e abusar do transporte público. Ou ainda contratar aqueles serviços Hop-on Hop-off.
Agora sim, avisos dados, vamos ao roteiro de 48h em Barcelona!
DIA 1
Decidimos acordar muito cedo para aproveitar ao máximo a cidade, já que íamos passar pouco tempo. Foi uma das melhores decisões da viagem. Compramos ingresso para o Park Guell. Projetado por Antoni Gaudí para ser um condomínio de luxo no bairro da Gràcia, em meados de 1900, o parque não caiu no gosto da população à época e, das 15 casas previstas, apenas duas saíram do papel. Além da área comum, que compreende as famosas escadarias com a salamandra, o salão e o mirante.
O projeto foi abandonado e apenas anos depois foi decidido, pela gestão municipal, que ali seria construído um parque urbano. O Park Guell é considerado hoje Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, por isso sempre está abarrotado de gente.
Chegar cedo, no primeiro horário (varia de 8h a 8h30, a depender da época do ano), teve como vantagem ver um nascer do sol lindo e também pegar o lugar quase vazio. O intervalo entre grupos é de meia hora e, depois da entrada, você pode permanecer quanto tempo quiser lá dentro.
Como tínhamos comprado ingresso para a Sagrada Família em um horário próximo, saímos andando da região do Park Guell para a igreja. O templo religioso católico, também projetado por Gaudí, está em construção desde 1882 e só deverá ficar pronto em 2026. É uma das visitas mais absurdas que você fará em Barcelona. A igreja é linda, bem diferente dos tradicionais templos católicos e seus altares de ouro e madeira.
Lá dentro existe também um museu da construção, com detalhes explicativos das inspirações de Gaudí e também maquetes de cada pedaço erguido. Ao sair da Sagrada Família, não deixe de entrar na praça em frente à igreja, cujo ângulo é ideal para fazer fotografias com o templo de fundo.
Depois da Sagrada Família, nós recomendamos ao menos passar em frente ao Hospital de La Santa Creu i Sant Pau. Inaugurado em 1930, o Hospital é um dos maiores exemplares da arquitetura modernista, projetado por Lluís Domènech i Montaner. Não dá para entender por que ele não figura entre as atrações mais concorridas de Barcelona. Você terá a mesma sensação ao se deparar com a fachada repleta de detalhes e o conjunto de pavilhões interligados por corredores subterrâneos e jardins.
Detalhe: há uma estação de metrô de mesmo nome, mas ela irá te deixar na porta do atual hospital, será preciso dar uma volta no quarteirão para entrar na parte visitável.
Ao sair de lá, continue a mergulhar nas obras impressionantes de Barcelona e vá até a Casa Milá e a Casa Batlló, nas proximidades da avenida Passeig de Gràcia, mais duas criações de Gaudí. Nós decidimos não entrar por motivos de dinheiro e filas, mas ficamos babando de vontade.
Passamos na frente, observamos um pouco e de lá fomos também andando para o Arco do Triunfo de Barcelona. Estava aberto para subir, mas como era domingo e a fila estava imensa, deixamos para outra oportunidade e caminhamos um pouco mais para chegar ao Parc de la Ciutadella. O parque é imenso e muito lindo. Perca um tempo caminhando pelos corredores, aproveitando para fotografar alguns homens que ficam soltando bolhas de sabão, para entreter crianças.
Em seguida, decidimos caminhar em direção à praia e conhecer famosa Barceloneta e as praias próximas, como a Sant Sebastiá. Era um domingo e o dia estava bastante agitado, com feiras de comidas e bebidas típicas de vários países. Tomamos uma cerveja artesanal na praia e depois seguimos para finalizar o dia no Castell de Montjuic. Sem dúvidas, o melhor passeio que fizemos em Barcelona. Você pode chegar lá de três formas: teleférico, funicular+metrô (estação Paral.lel) ou ônibus (150).
O Castell é na verdade uma antiga fortaleza, a 173 metros de altitude em relação ao mar, que guarda resquícios da época de batalhas enfrentadas na cidade. Lá existem alguns canhões e exposições. A melhor parte e o que vale o passeio, entretanto, é a visão 360 graus da cidade. Abrange desde a área de praias até o porto.
Foi uma excelente forma de ver o sol cair e terminar o dia. O ingresso custa 5 euros, mas como era domingo, depois das 15h, a entrada foi gratuita. É preciso apenas pegar os bilhetes em um quiosque na frente da entrada.
DIA 2
Amanhecemos com destino certo: conhecer as instalações do Futbol Club Barcelona, o Camp Nou. Para chegar ao estádio, é preciso pegar um ônibus em direção ao distrito de Les Corts ou então ir de metrô. Há pelo menos seis estações próximas ao estádio. A nossa dica é perguntar ao staff do hotel, hostel, etc, qual é o melhor deslocamento a partir de onde você está hospedado. No nosso caso, pegamos um ônibus na rua ao lado do hostel e descemos em frente ao estádio.
A visita ao FC Barcelona vale a pena se você é amante de futebol. Você terá acesso às instalações do estádio, como a sala de imprensa, o vestiário de visitantes e as arquibancadas. O tour também contempla um museu, com títulos, relíquias do clube e painéis referentes aos principais craques que já vestiram a camisa azul e grená.
É interessante assistir gols históricos, inclusive de brasileiros como Ronaldo, Romário e Rivaldo, e descobrir um pouco da história do clube. O tour completo dura em média umas duas horas.
Depois de sair do clube, fomos para o Gothic Quarter, uma parte interessantíssima de Barcelona. São ruelas pequenas, cheias de lojas, galerias de arte e grafites. É lá onde está também o Museu de Picasso (que não fomos porque demos o vacilo de chegar numa segunda-feira, quando está fechado).
Perca-se um pouco entre as ruas e depois siga em direção às Ramblas, uma via de pedestres cheia de restaurantes e loja de souvenirs pega turista que acabará na região marítima. A parte mais interessante do passeio, sem dúvidas, foi comer no Mercado La Boqueria. Dá vontade de parar em cada uma das barracas e provas as tapas, jamons, croquetes, sanduíches, etc.
ONDE FICAR
Essa provavelmente é uma das melhores indicações de hospedagem que vamos te dar em toda a história desse blog. O Yeah Hostel, onde nos hospedamos durante os dias que passamos em Barcelona, é exatamente aquilo descrito pelos outros usuários no booking: o melhor hostel que você ficará na vida. Limpo e organizado, ele tem um corpo de funcionários sempre disposto a ajudar. O grande trunfo dele, porém, é a integração promovida entre os hóspedes.
O hostel tem uma programação de jantares, com sangria e cerveja open bar, a preços convidativos. Todo mundo costuma comer por lá, a disposição das mesas no refeitório é convidativa à conversa. Depois, eles ainda instigam o pessoal a ir para a balada.
Adorei seu site. Muito conteúdo de qualidade. Abraço e sucesso