Atire a primeira pedra quem nunca ouviu opiniões e relatos de viagem sobre Buenos Aires! A capital é para muitos brasileiros a primeira chance de desbravar o mundo fora de terras tupiniquins. Com construções exuberantes e uma população gigantesca na região metropolitana (13 milhões de habitantes – QUATRO VEZES a população da Região Metropolitana do Recife, nossa cidade), Buenos Aires impressiona o turista. Aquele clima europeu, com prédios bonitos e parques bem conservados, encanta. Se apaixonar por lá, porém, são outros quinhentos. Vai depender muito da própria experiência portenha.
Nós tivemos a sorte – E QUE SORTE – de contar praticamente com um guia particular. Um amigo nosso que estava morando por alguns meses na cidade, para fazer um curso de fotografia, nos apresentou bem além dos tradicionais pontos turísticos. Fomos de Caminito até feira dominical no subúrbio. Então resolvemos investir naquele esquema Buzzfeed e listar nosso top 10 de programaços em BSAS e também dar aquelas dicas sobre alguns passeios pega-turista decepcionantes.
1 – VISITAR A FEIRA DE MATADEROS
Domingo é dia de ir à feira em Buenos Aires. O tradicional roteiro portenho para qualquer turista é ir a San Telmo, onde existe uma imensa rua com artesanatos, bugigangas, comida e souvenirs, além da famigerada Mafalda e amiguinhos. Por indicação do nosso amigo, decidimos investir primeiro em outra feira, muito mais distante do centro da cidade, a feira de Mataderos. Esse foi, de longe, o passeio mais incrível. Daqueles atrativos imperdíveis para quem gosta de vivenciar a cultura local. Longe da afobação turística, Mataderos fica há mais ou menos uma hora de ônibus da Casa Rosada.
O trajeto é longo e pode parecer decepcionante aos primeiros passos, a entrada da feira se assemelha a uma feira da sulanca ou do troca. São ambulantes vendendo bonés, roupas e outras quinquilharias. É só dar alguns passos, contudo, e começam a aparecer pessoas vestidas de trajes tradicionais gaúchos, ruelas com clima de casa de avó e barracas com produtos mais atrativos. Sem você perceber, os olhos já estão vidrados em cada detalhe do lugar. Tem queijo artesanal, salame, doces, cerveja artesanal, comidas típicas e artesanatos. Dá vontade de provar tudo e levar para casa.
Com mais de 20 anos de existência, Mataderos é uma memória às tradições gaúchas. No meio da rua, há um palco instalado onde são realizados shows. A população local se encarrega de dançar em frente aos cantores, o que por si só é um atrativo à parte. É difícil encontrar turistas estrangeiros no local. A nossa recomendação é chegar depois do meio dia, quando a maioria das barracas já está aberta e se aventurar nas comidas locais. Não deixe de provar a pizza campestre (de vinagrete) e o choripan. Se possível, procure a barraca de molhos de morrón (uma espécie de pimentão), é maravilhoso.
Local: Avenida Lisandro de la Torre e Avenida de Los Corrales, 1072
Horário de funcionamento: 11h às 18h (em fevereiro, funciona aos sábados, por volta das 18h)
Como chegar: linhas de ônibus – 36, 55, 92, 63, 80, 92, 97, 103, 117, 126, 141, 155, 180 e 185.
Infos: http://feriademataderos.com.ar/
2 – COMER O MELHOR CHORIPAN DO MUNDO
Choripan é um prato fácil de se encontrar em Buenos Aires. Pode até parecer alguma comida muito luxuosa, mas não passa de um pão com uma línguiça de chouriço. Aparentemente simples de fazer, dependendo de onde é vendida ela vem com alguns molhos e é receita de família. A oferta grande, porém, pode levar o turista a uma experiência não muito boa com o sanduíche. A nossa recomendação é, sem dúvida, o choripan do Nuestra Parrilla. O local já é conhecido como o melhor choripan de Buenos Aires e, acreditamos, do mundo.
Com uma aparência não muito higiênica, o Nuestra intriga qualquer pessoa que esteja passando pela frente. Por que um lugar com uma porção de post-it sujos na parede e dois rapazes de avental quase preto de tanta gordura tem uma fila tão grande. Não fosse a indicação do nosso amigo, certeza teríamos dúvida em parar e, consequentemente, teríamos perdido uma das melhores experiências da viagem. Há a opção de variar o tipo de carne dentro do pão e ainda dois molhos delícia (pesto e chimichurri) na bancada. Os post-its são elogios de antigos visitantes, que também costumam deixar na parede cédulas e moedas de outros países. O preço é super vantajoso, algo em torno de R$ 5 por um sanduíche, e ainda rola uma cervejas. O Nuestra fica exatamente ao lado da entrada do mercado de San Telmo.
Nuestra Parrilla
Local: Carlos Calvo 471 | San Telmo, Buenos Aires, Argentina
3 – ENTRAR NO MALBA MUSEO
Museu é aquele atrativo divisor de opiniões. Há quem ame e quem odeie. Indiferente da sua opinião sobre ele, não dá para passar indiferente pelo Malba. O Museu de Arte Latinoamericano é como estar diante daquilo que você só via em livros de história nas aulas da escola. A começar por um motivo: é lá onde está o original do Abaporu, aquele famoso quadro de Tarsila do Amaral. Lá também existem obras de Diego Rivera e Frida Khalo. Gosta de interatividade nas obras, é possível brincar com várias peças expostas na salas do Malba. O museu também não é muito grande, ou seja, nem cansativo é. Vale a visita!
Malba Museo
Local: Avenida Figueroa Alcorta 3415- Recoleta
Infos: http://www.malba.org.ar/pt/
4 – IR AO BURGUER JOINT
Com o mesmo nome de uma famosa cadeia de hambúrguer de Nova York, o Burguer Joint é sinônimo de comida deliciosa a preço justo. Há quem diga ser o melhor hambúrguer de BSAS. Lá o esquema é o seguinte: 100 pesos (cerca de R$ 25) por um sanduíche com batata frita e um copo de cerveja artesanal. Os sanduíches fazem referência a alguns países, o cardápio está escrito em pedaços de papelão em cima do balcão e a cerveja tem em pelo menos três opções. Na mesa ainda tem uns molhos incríveis, como o de ketchup com curry. As paredes são decoradas com frases escritas por visitantes, cartazes, gravuras e desenhos.
Burguer Joint
Local: Jorge Luis Borges 1766 – Palermo (Próximo à Plaza Serrano)
Infos: www.facebook.com/BurgerJointPalermo
5 – PASSAR UMA TARDE NO ROSEDAL DE PALERMO
Sabe aqueles parques de grama verde, com plantas bonitas, casais, famílias, etc, que você vê em filmes? Pronto, assim é o Rosedal, em Palermo. Parte de um grande complexo de parques, o Rosedal está próximo ao Jardim Japonês, o Jardim Botânico e o Planetário. Depois de ir ao Malba, dá para caminhar até o Rosedal. Fomos durante o fim de semana e estava um clima bem agradável para contemplação. O jardim tem dezenas de tipos de rosas, uma mais bonita que a outra, fontes, pedalinhos, uns banquinhos bem charmosos. Enfim, só deixe de ir se for a época em que o local fica sem flores. Perde 90% do encanto, nos disseram alguns amigos. Também tome cuidado com o horário, ele é bem restrito.
Rosedal de Palermo
Local: Parque 3 de Febrero – Avenida Infanta Isabel
Infos: www.facebook.com/pque3defebrero
6 – ANDAR DE BICICLETA
Uma das maneiras mais gostosas de conhecer Buenos Aires é de bicicleta. A cidade possui uma estrutura cicloviária de dar inveja a qualquer cidade brasileira (Alô, Recife) e também tem um sistema público de locação dos veículos bem acessível ao turista. Alguns empresas oferecem visitas guiadas de bicicleta passando por vários atrativos turísticos, mas também é possível se aventurar sozinho. Chegamos a tirar o cartão VOS, que dá direito a retirar as bicicletas, mas por um problema de saúde acabamos não fazendo o passeio. Como tirar o cartão será tema de um próximo post!
7 – EXPERIMENTAR AS CERVEJAS DA CERVEJARIA ANTARES
Quando se fala em cerveja, a indicação mais certa na cidade é a Antares. Um bar com sede em Palermo e filial em San Telmo com uma vasta carta de cervejas artesanais e um cardápio igualmente extenso. Dá vontade de pedir tudo, apesar do preço não ser tão atrativo. A dica é pedir uma espécie de tábua com quatro tipos de cerveja, que você escolhe. Sai mais barato e você ainda prova a excelente cerveja do lugar. O amendoim está incluído! O bar tem um clima bem jovem e está sempre cheio, por isso é bom chegar cedo.
Antares Cerveza
Local: Armenia 1447, Palermo ou Bolívar 491, 1067, San Telmo
Infos: www.facebook.com/antarespalermooficial
8 – VISITAR A LIVRARIA EL ATENEO GRAND SPLENDID
Se você é um apaixonado por livro com nós, precisa ir à livraria El Ateneo Grand Splendid. O local foi erguido onde antes funcionava um teatro, sendo que as características originais da cunstrução foram preservadas. Ou seja, você consegue identificar onde ficava o placo, a plateia, os camarotes e camarins. Dá vontade de passar muito tempo percorrendo as prateleiras. É também um atrativo fácil de achar, pois fica em uma rua de intensa movimentação comercial
El Ateneo Grand Esplendid
Local: Avenida Santa Fe 1860
Infos: http://www.yenny-elateneo.com/
9 – PASSAR UM FIM DE TARDE NA RESERVA ECOLÓGICA
Localizada em Puerto Madero, a reserva ecológica é um passeio que pode ser adicional aos principais pontos turísticos de Buenos Aires. Não há muitos atrativos no local, que pode até enganar os mais ávidos por natureza, mas é uma das formas mais curiosas de observar a vida dos hermanos. O que existe, na verdade, é um calçadão margeando uma espécie de rio e dividido dele por meio de uma mureta. Passamos um fim de tarde na reserva, observando o sol cair e a movimentação dos portenhos. Lá são dispostas várias barraquinhas de choripan e grupos aproveitam para se reunir. Tinha desde pessoas deitadas na grama até aqueles grupos de academia ensaiando – creiam – músicas brasileiras. Tipo funk, swingueira, axé e brega. Foi uma diversão à parte.
10 – CONHECER O BARRIO CHINO
Diz a lenda que a cada cinco pessoa há um chinês. Verdade ou não, toda metrópole que se preze tem sua região oriental. O Barrio Chino fica em uma área pouco frequentada por turistas e é uma opção de passeio mais exótica. Fica entre uma linha de trem e um terminal de ônibus, dentro do bairro de Belgrano. É composto por algumas ruas e pode decepcionar quem espera uma área muito grande, mas atende aos princípios de área chinesa: muito comércio de buginganga, supermercados com idioma próprio, restaurantes com comida tradicional chinesa e muito oriental na rua. No dia em que fomos, acho que uma segunda-feira, muitas coisas estavam fechadas.
Barrio Chino
Local: Calles Arribeños y Juramento – Belgrano
Info: http://www.barriochino.net/
BÔNUS DE INFORMAÇÃO:
E o Jardim Japonês?
Então, seguinte: o jardim japonês figura entre os atrativos queridinhos em Buenos Aires, mas por foto ele parece muito mais incrível do que ao vivo. É uma área relativamente pequena e que rapidamente pode ser visitada. Vale a pena dar uma passada, mas evite o dia de gratuidade para os portenhos (domingos). Acho que isso contribuiu para a nossa experiência negativa no local, estava lotado. Não saltou aos nosso olhos.
E o Tango?
Então, seguinte: nós fizemos a opção de não ir a nenhum show de tango em Buenos Aires. Nunca vamos saber se foi um erro ou um acerto, mas com certeza foi uma questão de gosto mesmo. Preferimos investir em outros atrativos que nos pareceram mais legais, como barzinhos e restaurantes, à noite. O preço dos shows também não é muito convidativo, o que acabou pesando na decisão final.
E o Caminito?
Então, seguinte: é um passeio que vale a pena, mas tomando a consciência desde o princípio que é altamente turístico. Muita gente falando português, muito vendedor chamando para comprar, muita oferta de souvenir, aquela gente fantasiada para tirar fotos com você e cobrar por isso. Coisas do gênero. Nada que nos afetou, inclusive. As casinhas coloridas são lindas, o passeio dentro da Bombonera (se puder, pague para fazer o tour) é divertido para quem gosta de futebol e dá para comprar algumas coisas sem gastar taaanto. De resto, querendo se aventurar pelo bairro La Boca só recomendamos cuidado. A gente foi com o nosso amigo, então supervisionados, mas os locais não recomendam muito.
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Sobre o tango… é legal, mas o preço é muito alto, não iria novamente, acho que é bom pra amantes de danças